Dados do Trabalho
Título
CARCINOMA RENAL DE CÉLULAS CLARAS METASTÁTICO PARA MAMA E LINFONODOS AXILARES: RELATO DE CASO DE UMA DOENÇA RARA E REVISÃO DE LITERATURA
Descrição sucinta do(s) objetivo(s)
O objetivo deste relato é apresentar um caso de doença metastática para mama e linfonodos axilares de carcinoma renal de células claras, correlacionando dados clínicos com achados de exames de imagem, assim como realizar uma breve revisão de literatura do tema.
História clínica
Paciente do sexo feminino, 56 anos, com antecedente de nefrectomia à direita em 2019 por neoplasia renal, relata alteração palpável na mama esquerda e edema de membro superior esquerdo. A tomografia computadorizada de tórax demonstrou focos de realce na mama esquerda associados a espessamento de pele e papila, bem como linfonodomegalias axilares bilaterais e na cadeia mamária interna esquerda. A ultrassonografia mamária confirmou os achados. Biópsia percutânea foi realizada, sendo diagnosticado carcinoma renal de células claras metastático na mama.
Discussão e diagnóstico
A doença metastática na mama representa menos de 2% das malignidades mamárias. Os sítios primários frequentemente responsáveis por metástases mamárias incluem melanoma, câncer de pulmão, gastrointestinal, neuroendócrinos, sarcomas, tumores ovarianos e linfomas, sendo a metástase mamária de tumores renais ainda mais rara.
Pela ausência de sinais clínicos ou radiológicos específicos para o diagnóstico de metástase mamária, é necessário investigação adicional para diferenciar estas lesões dos tumores mamários primários ou mesmo de lesões benignas.
Na mamografia, a metástase mamária é caracterizada por lesão focal, hiperdensa e circunscrita, ou microlobulada com margens indistintas ou distorção arquitetural com espessamento de pele; calcificações são raras. Na ultrassonografia, as lesões são hipoecogênicas, ovaladas ou com margens indistintas, e reforço acústico posterior. A tomografia computadorizada demonstra lesão hiperdensa. A ressonância magnética apresenta variações na literatura, com relatos de lesões com hipossinal em T1, hipersinal em T2 com saturação de gordura, e intensificação rápida e homogênea do sinal após contraste, embora também haja relato de comportamento inconstante do sinal, impossibilitando a caracterização da lesão suspeita.
Apesar da relevância da combinação de exames de imagem, o diagnóstico acurado depende de biópsia com análise anatomopatológica e imunohistoquímica.
Conclusões
Apesar de extremamente raro, deve-se considerar a doença metastática na mama dentre os diagnósticos diferenciais em pacientes com história de neoplasia prévia associada a imagem suspeita. Para diagnóstico acurado, é necessário combinação de exames de imagem e biópsia.
Palavras Chave
Metástase mamária; ultrassonografia mamária; Tomografia Computadorizada
Arquivos
Área
Mama
Instituições
Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil
Autores
LAURA MULAZZANI MINUZZI MACEDO, MARCELA CAETANO VILELA LAUAR, PEDRO JOSE DAMATO DIAS BARROSO, MATEUS GALLETTI OLIVEIRA, RENATA FERES, ERICA FRANCOLIN FEDERICCI, NICOLE SIMOES MARINI