Dados do Trabalho


Título

O PAPEL DA RESSONCIA MAGNÉTICA NO DIAGNÓSTICO E MANEJO CIRÚRGICO DAS ANOMALIAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Introdução e objetivo(s)

A ressonância magnética (RM) fetal se destacou nos últimos anos como modalidade complementar à ultrassonografia (US) pré-natal, especialmente para avaliação de anormalidades fetais suspeitas. Este ensaio pictórico tem como objetivo revisar e ilustrar as principais anomalias do sistema nervoso central (SNC) no período fetal, além de demonstrar as vantagens do uso da RM como ferramenta diagnóstica e para planejamento terapêutico.

Método(s)

Análise retrospectiva de casos da nossa instituição para demonstrar os achados neurorradiológicos das principais anomalias do SNC na RM fetal.

Discussão

A RM fetal é utilizada principalmente para confirmação de anormalidades fetais ou para identificação de achados adicionais à US pré-natal. No entanto, também é realizado em gestações com alto risco de malformações fetais ou em casos de aborto espontâneo inexplicado em gestações anteriores. Em geral, recomenda-se a realização do estudo com pelo menos 18 semanas de idade gestacional.
O conhecimento das patologias do SNC fetal e dos fatores etiológicos é essencial para a identificação dos achados neurorradiológicos. A avaliação da ventriculomegalia por RM fetal tem como objetivo diferenciar as ventriculomegalias isoladas daquelas associadas a outras anormalidades do SNC. As anomalias comissurais são representadas principalmente pelo acometimento do corpo caloso, que pode ser classificado em agenesia, hipogenesia e disgenesia. Além disso, a RM fetal é capaz de demonstrar de forma mais conspícua as anormalidades da fossa posterior, possibilitando a diferenciação das lesões císticas de malformações não-císticas e classificando os achados de acordo com o envolvimento do cerebelo, vermis cerebelar e tronco cerebral. A avaliação por RM fetal também proporcionou uma melhora significativa na detecção pré-natal das anomalias do desenvolvimento cortical. As anomalias envolvendo a medula espinhal, como disrafismo espinhal ou diastematomielia, também podem estar associadas às malformações cerebrais fetais.

Conclusões

Atualmente, a ressonância magnética fetal é uma ferramenta diagnóstica fundamental para avaliação de anormalidades fetais do SNC. Apesar dos avanços tecnológicos, sua realização ainda pode ser um desafio nas gestações iniciais. É de fundamental importância que os radiologistas estejam familiarizados com o protocolo de estudo e os achados de imagem dos principais diagnósticos diferenciais de anormalidades do SNC na RM fetal para adequada orientação do manejo terapêutico e aconselhamento genético das famílias.

Palavras Chave

Neurorradiologia fetal; Neurocirurgia fetal

Arquivos

Área

Neurorradiologia

Instituições

HCor (Hospital do Coração) - São Paulo - Brasil

Autores

ANA CAROLINA OTTAIANO, MARILIA ASSUNÇÃO JORGE, NELSON PAES FORTES DINIZ FERREIRA, SERGIO CAVALHEIRO, TOMÁS DE ANDRADE LOURENÇÃO FREDDI