Dados do Trabalho
Título
Apresentações ultrassonográficas do testículo e bolsa escrotal no pronto socorro
Introdução e objetivo(s)
O quadro de dor escrotal aguda pode ser causado por infecções/inflamações, eventos isquêmicos, traumas e neoplasias. Dentre as causas mais comuns estão: torção do funículo espermático e orquiepididimite. Neste contexto, a ultrassonografia com estudo Doppler colorido é o melhor método para avaliação testicular. Este trabalho tem como objetivo revisar a epidemiologia, os dados clínicos e os principais achados ecográficos das alterações testiculares mais comuns no pronto socorro, visando produzir material didático para aprendizagem e consulta.
Método(s)
Ensaio pictórico baseado na análise de ultrassonografias de casos originais de pacientes do pronto socorro e revisão da literatura.
Discussão
A etiologia da dor escrotal aguda mais comum é infecciosa/inflamatória, incluindo epididimite, orquite, orquiepididimite, piocele e gangrena de Fournier. Os eventos isquêmicos podem ocorrer no contexto de torção do funículo espermático. As lesões traumáticas incluem lesões contusas e penetrantes. As neoplasias são um diagnóstico diferencial importante, embora seja menos prevalente. Devido à ampla disponibilidade, baixo custo e alta acurácia, a ultrassonografia com estudo Doppler colorido é o método de escolha para avaliação testicular.
A epididimite é a causa mais comum de dor escrotal aguda após a puberdade. A ultrassonografia mostra sinais de inflamação no epidídimo, que pode se estender ao testículo. A gangrena de Fournier é uma infecção polimicrobiana necrosante nos planos superficiais da bolsa escrotal, com alta mortalidade.
O trauma em sua maioria relaciona-se a práticas esportivas, podendo ser também iatrogênicas ou acidentais. Podem cursar com hematoma, fratura ou ruptura, sendo essa definida como ruptura da túnica albugínea.
A torção do funículo espermático é mais comum em adolescentes e representa causa importante de escroto agudo. O diagnóstico precoce é essencial pois requer intervenção cirúrgica imediata a fim de preservar o testículo, que se apresenta sem fluxo vascular detectável ao Doppler.
Dentre os diagnósticos diferenciais relevantes, destaca-se as neoplasias testiculares, que se apresentam como lesões parenquimatosas focais ou difusas, vascularizadas, que merecem ser avaliadas por biópsia.
Conclusões
A ultrassonografia com estudo Doppler é fundamental para diferenciação das apresentações ao pronto socorro, direcionando o diagnóstico e a conduta médica.
Palavras Chave
Testículos; Doppler; Ultrassom
Arquivos
Área
Ultrassonografia
Instituições
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
MANOEL HENRIQUE FONSECA BARBOSA, HELEN RIBEIRO OLIVEIRA, THAIS CHAMMAS ROCHA, GABRIEL PIANOWSKI PAJANOTI, GUILHERME GOTTI NAVES, DIEGO RUSAK CAMPOS PEREIRA, ANGELO CHELOTTI DUARTE