Dados do Trabalho
Título
Desvendando os achados da esclerose tuberosa: um ensaio pictorial
Introdução e objetivo(s)
A esclerose tuberosa é uma doença autossômica dominante. Ela resulta de mutações que formam múltiplos hamartomas e é reconhecida pela tríade de Vogt (epilepsia, déficit cognitivo e adenoma sebáceo). Os resultados clínicos envolvem alterações dermatológicas (as mais comuns), como máculas hipocrômicas, e alterações neurológicas, como déficit cognitivo, epilepsia e anomalias comportamentais. Existem critérios diagnósticos que relacionam os principais e menores resultados clínicos e radiológicos. Este estudo objetiva desmistificar a dificuldade de diagnosticar a esclerose tuberosa e ilustrar seus principais achados radiológicos na tomografia computadorizada e na ressonância magnética.
Método(s)
Ensaio pictorial com imagens de banco de dados institucional de tomografia computadorizada e ressonância magnética de pacientes com diagnóstico confirmado de esclerose tuberosa.
Discussão
Os principais achados radiológicos da esclerose tuberosa são compartimentados em neurológicos, abdominais, torácicos e musculoesqueléticos. Entre os sinais neurológicos, os túberes (mais frequentes) são melhor visualizados na ressonância magnética, apresentando hipersinal em T2 e hipossinal em T1, com localização principal no lobo frontal, sendo múltiplos em 95% dos casos. Nódulos subependimários estão presentes com iso a hipersinal em sequências ponderadas em T1 e T2, com ou sem calcificação. Eles podem degenerar em astrocitomas subependimários de células gigantes. Microcefalia e linhas de migração radial também podem ser encontradas.
No compartimento torácico, a linfangioleiomiomatose é caracterizada pela presença de cistos pulmonares de parede fina, difusos e bem delimitados, distribuídos uniformemente nos pulmões. Focos lipídicos no miocárdio, rabdomioma cardíaco e hiperplasia micronodular multifocal de pneumócitos também podem ser encontrados. No abdômen, angiomiolipomas renais e hepáticos, cistos renais, linfangioleiomiomatose retroperitoneal e, mais raramente, carcinoma de células renais podem ser visualizados. No musculoesquelético, os principais achados são lesões ósseas escleróticas.
Conclusões
Em conclusão, a abordagem radiológica da esclerose tuberosa desempenha um papel crucial na desmistificação do diagnóstico desafiador dessa doença autossômica dominante. A apresentação dos achados radiológicos, conforme ilustrado neste ensaio, destaca a complexidade e a diversidade da esclerose tuberosa em vários sistemas do corpo. A ênfase na identificação precoce desses resultados radiológicos torna-se evidente, visando possibilitar diagnósticos e intervenções terapêuticas precoces.
Palavras Chave
facomatose; esclerose tuberosa; sistêmico
Arquivos
Área
Neurorradiologia
Instituições
Hospital Universitário de Brasília - Distrito Federal - Brasil
Autores
LARA DE SOUZA MORENO, ANA CAROLINA FERREIRA RODRIGUES, RAFAEL DE ALMEIDA OMENA, EDINALDO GOMES DE OLIVEIRA NETO, ANDERSON MACEDO PIMENTA NEVES SILVA