Dados do Trabalho
Título
Redução de dose de contraste iodado considerando peso corporal magro em pacientes pediátricos: Uma alteração de protocolo necessária
Descrição sucinta do(s) objetivo(s)
Avaliar comparativamente o efeito da dose de contraste iodado administrada de acordo com o peso corporal total (PCT) e peso corporal magro (PCM) de pacientes pediátricos atendidos no Serviço de Radiologia Pediátrica.
Material(is) e método(s)
Foram estudados 27 pacientes (0 a 16 anos) prospectivamente, submetidos a exames de tomografia computadorizada (TC) de abdome com contraste iodado. Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente em três grupos: 8 no Grupo 1 (PCM) recebendo 0,63g de iodo/kg de acordo com o PCM, calculado pela fórmula de Peters; 9 no Grupo 2 (PCT) recebendo 0,46g de iodo/kg de acordo com o PCT e 10 no Grupo Controle (GC) submetidos ao protocolo institucional, dose em relação ao peso total (2 mL/kg, 0,7g de iodo/kg). As imagens foram analisadas por radiologistas, sem conhecimento do protocolo. Valor de P<0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
Resultados e discussão
Observamos menor volume (mL) no grupo PCM (Mdn = 28,5; Mín=13; Máx=67) em comparação com PCT (Mdn = 31; Mín=19; Máx=70) e GC (Mdn = 55; Mín=22; Máx=80), porém sem diferenças significativas (P>0,05). O realce do GC, em unidades de Hounsfield (UH), foi significativamente maior (Mdn = 662,05; Mín=305,6; Máx=1077,1), comparado ao PCT (Mdn = 459,50; Mín=188,7; Máx=695,2, P=0,006). Destaca-se que não foram identificadas diferenças de realce entre PCM (Mdn = 659,80; Mín=313,8; Máx=769,9) e GC (P=0,380). O PCM recebeu notas excelentes e boas, PCT excelentes a razoáveis e GC entre excelentes e ruins. A concordância foi forte para PCM (κ=0,75; IC 95%: 0,31–1,19) e moderada para PCT (κ=0,51; IC 95%: 0,12–0,90) e GC (κ=0,47; IC 95%: (-0,05) - 0,99). Convertendo os 27 exames para PCM em comparação ao GC, reduziria R$230,50 a nível populacional e R$8,53 por paciente em média. O PCT obteve menor realce, dificultando a visualização de estruturas. O GC apresentou realce acentuado, porém recebeu maior volume, podendo resultar em superdosagem, enquanto PCM manteve realce semelhante ao GC, mesmo com redução de dose.
Conclusões
Estimar a quantidade de contraste iodado através do peso corporal magro em pacientes pediátricos promove otimização da dose, preservando a qualidade da imagem e menor exposição desnecessária ao contraste, o que reflete em redução significativa de custos a nível institucional.
Palavras Chave
Redução de Contraste; Peso corporal magro; Tomografia Computadorizada
Arquivos
Área
Biomedicina
Instituições
Hospital da Criança e Maternidade - São Paulo - Brasil
Autores
LORENA ALVES OLIVEIRA DA SILVA, MARIANA RIBEIRO RODERO CARDOSO, RAFAEL FERNANDES FERREIRA, LAIANE MILANI DE ARRUDA, MARCUS OTÁVIO SILVA DE CAMPOS MENESES , PEDRO HENRIQUE FOGAÇA JORDÃO, RAFAEL PIRES FIGUEIREDO , ANTONIO SOARES SOUZA, FERNANDA DEL CAMPO BRAOJOS BRAGA