Dados do Trabalho
Título
FÍSTULA CÓLON-URETERAL NO PÓS-OPERATÓRIO TARDIO DE NEFRECTOMIA TOTAL: Um Relato de Caso
Descrição sucinta do(s) objetivo(s)
O objetivo deste relato é descrever o caso de uma paciente que apresentou uma fístula entre o cólon e o ureter no pós-operatório tardio de nefrectomia à esquerda após trauma renal. Será realizada, também, breve revisão sobre manifestações clínicas e modalidades diagnósticas para essa condição.
História clínica
Paciente do sexo feminino, 43 anos, refere disúria, febre e dor no hipocôndrio direito de início há 8 dias. Como antecedente patológico importante, é portadora de rim único devido a realização de nefrectomia total à esquerda há 14 anos, secundária a um acidente automobilístico.
Foi solicitada uma Tomografia Computadorizada (TC) de Abdome com contraste, na qual foi observado nefrectomia prévia à esquerda e discreto nefrograma estriado à direita, podendo corresponder a um quadro de pielonefrite aguda. No corte axial, evidencia-se comunicação entre o cólon descendente e o ureter esquerdo, com a presença de fecalização no interior da fístula.
Discussão e diagnóstico
Fístulas cólon-ureterais são comunicações patológicas incomuns entre o cólon e ureter, estando associadas principalmente com a história prévia de lesão penetrante, traumas e litíase ureteral. Podem, também, relacionar-se com malignidades e manipulações prévias na região abdominal, como cirurgias e/ou radioterapia. Manifestam-se a partir de sinais e sintomas inespecíficos, como febre, infecção urinária e dor abdominal, mas também podem levar a quadros de pneumatúria e fecalúria. O diagnóstico dessa patologia tipicamente é realizado por uretrografia excretora, no entanto estudo da região por meio de TC contrastada constitui uma forma não invasiva de diagnóstico ao demonstrar a presença do agente de contraste em um pertuito localizado entre o cólon e o ureter, com boa sensibilidade.
Conclusões
Este caso, apesar de apresentar a fístula cólon-ureteral como um possível achado incidental, reforça a importância de se considerar esta patologia como complicação tardia da nefrectomia total.
O uso da TC de abdome com estudo contrastado é uma ferramenta útil e não invasiva para o diagnóstico da fístula cólon-ureteral e que deve ser adotada pelo radiologista a fim de possibilitar um diagnóstico efetivo e consequentemente uma melhor escolha terapêutica adequada que beneficie diretamente o paciente.
Palavras Chave
fistula; colon-uretral; computed tomography (CT)
Arquivos
Área
Abdominal/ Trato Digestório
Instituições
Unidade de Diagnóstico por Imagem - Piauí - Brasil, Universidade Estadual do Piauí - Piauí - Brasil
Autores
ANA RAQUEL LOPES VISGUEIRA, DENISE MARQUES COSTA PEREIRA DA SILVA, RAFAEL EVERTON ASSUNÇÃO RIBEIRO DA COSTA, LUIS FELIPE RODRIGUES BRANDÃO BARROS, JOÃO VICTOR COIMBRA FRANÇA, LUIS JUDECI PEREIRA CARVALHO JÚNIOR