Dados do Trabalho
Título
Have you Ever Seen the Rain? Cross-sectional Imaging of Pancreatic Leak Fístula Pancreática: da Suspeita ao Diagnóstico
Resumo
A fístula pancreática (FP) é uma complicação temida após injúrias pancreáticas que resultem no comprometimento do sistema ductal do órgão, levando ao extravasamento de conteúdo enzimático na cavidade abdominal. Isso pode desencadear uma cascata de respostas inflamatórias locais e sistêmicas, aumentando a morbimortalidade associada às ressecções pancreáticas. A FP pode ser consequência de etiologias como pancreatite aguda ou crônica, trauma, intervenções cirúrgicas e neoplasias. Procedimentos cirúrgicos pancreáticos são a principal causa de FP, principalmente a duodenopancreatectomia (DP) e a pancreatectomia distal (PD), haja vista estas serem as ressecções pancreáticas mais frequentemente realizadas e com maior possibilidade de deiscência das anastomoses. Para melhor refletir a gravidade e a influência dessa condição no pós-operatório do paciente, o International Study Group of Pancreatic Surgery (ISGPS) refinou em 2016 o sistema de classificação das fístulas pancreáticas, primeiramente elaborado em 2005, incluindo desde casos assintomáticos até fístulas clinicamente significativas. A padronização dessas definições permitiu comparações válidas e uma melhor compreensão dos fatores de risco associados. Avaliar os fatores que contribuem para a formação de uma FP é essencial para o diagnóstico, tratamento e prevenção dessa condição. A tomografia computadorizada com contraste costuma ser o exame de escolha para a avaliação pré-operatória, podendo fornecer informações essenciais na predição de uma FP, reconhecer padrões de realce do parênquima pancreático e determinar fatores como a textura pancreática e o diâmetro do ducto pancreático principal. No entanto, a ressonância magnética (RM) e a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) podem oferecer informações adicionais em casos selecionados. O tratamento da fístula pós-operatória pode incluir abordagens conservadoras ou cirúrgicas, a depender da origem, drenagem e presença de complicações associadas. A possibilidade de FP, principalmente no contexto pós-cirúrgico, deve ser considerada e essa condição deve ser procurada ativamente. Acredita-se que melhorias contínuas nas técnicas cirúrgicas e nos métodos diagnósticos possam minimizar a prevalência e os efeitos adversos das fístulas pancreáticas pós-operatórias.
Área
Abdominal/ Trato Digestório
Instituições
Hospital Sírio-Libanês - São Paulo - Brasil
Autores
DANIEL LINHARES CARDOSO, LUCIA CHAGAS, LUCIANA ELTZ, KAMILA SEIDEL, JAYASREE CHAKRABORTY, DINA HAMDAN, BORA KALAYCIOGLU, SHALINI CHHABRA, ONUR YILDIRIM, JOÃO MIRANDA, JOSÉ A B A FILHO, NATALLY HORVAT