Dados do Trabalho
Título
Embolia gasosa cerebral com deficit neurológico agudo intrahospitalar e trombólise – Relato de caso
Descrição sucinta do(s) objetivo(s)
Demonstrar através de um caso clínico, a possibilidade de embolia gasosa central como diagnóstico diferencial de acidente vascular encefálico intra hospitalar.
História clínica
Mulher, 75 anos, internada eletivamente para cirurgia cardíaca após cintilografia com hipoperfusão transitória na parede apical e segmento apical da parede septal associado à componente de hipoperfusão persistente. Enquanto tomava suas medicações orais e endovenosas, na posição sentada, referiu mal-estar seguido por crise convulsiva tônico-clônica com liberação esfincteriana com duração de 1 min. Após paciente evoluiu com hemiparesia a esquerda, disartria e desvio do olhar conjugado para a esquerda. Aventada hipótese de AVC isquêmico agudo e realizada trombólise após exclusão de sangramento na neuroimagem e ASPECTS 10. Nessa primeira tomografia de crânio, observou-se pequeno pneumoencéfalo em provável espaço subaracnoide nos sulcos frontoparietais da alta convexidade à direita. Tratava-se de embolia gasosa cerebral com deficit neurológico agudo, confirmada na ressonância magnética de crânio, realizada 3 disa após o ictus. Na segunda tomografia de crânio após 10 dias surgimento de tênue hipoatenuação cortico subcortical no giro frontal superior direito, de efeito expansivo, sugestivo de edema e não mais se observa gás nos sulcos fronto parietais à direita na alta convexidade.
A paciente teve alta após 29 dias de internação ainda com hemiparesia a esquerda desproporcionada de predomínio crural e disartria. Após 2 meses, retornou ao ambulatório com melhora dos déficits neurológicos focais, deambulando sem apoio.
Discussão e diagnóstico
Os achados radiológicos são clássicos e idênticos aos apresentados no presente estudo. No estudo tomográfico são imagens serpenginosas justacorticais na alta convexidade, com rápida dissolução, sendo substituídas por infartos giriformes corticais e edema vasogênico na mesma topografia na ressonância magnética. É importante salientar que o gás se dilui rapidamente no sangue, e que a sua ausência no exame de imagem não deve excluir a hipótese, caso a história e a clínica forem compatíveis.
Conclusões
Este caso ilustra o mecanismo fisiopatológico de uma via venosa retrógrada devido à presença de ar nas estruturas venosas intracranianas, secundário a infusão por acesso venoso periférico, comprovado pelo surgimento de acidente vascular cerebral venoso cerebral em correspondência com as pregas corticais que foi detectado focos gasosos e sucesso terapêutico após trombólise.
Palavras Chave
embolia gasosa; trombolise
Arquivos
Área
Neurorradiologia
Instituições
UFMS - Mato Grosso do Sul - Brasil
Autores
MAHARA BARBOSA NONATO, ISABELA DE CARVALHO FLORENCIO, MARCO ANTONIO MATSUMOTO KAWABATA, RAFAEL COLMAN GABRIG